Marvão é uma aldeia muito particular, localizada no alto Alentejo, ao pé da fronteira com a Espanha. Preparamos, neste artigo um apanhado do que fazer em 1 dia em Marvão.
Situada no topo da Serra do Sapoio, a 860m de altura, Marvão está entre Castelo de Vide e a cidade de Portalegre, bem no interior do Parque Natural da Serra de S. Mamede. Por esta razão, a paisagem serrana está presente em toda a aldeia.
A história de Marvão
O Marvão foi outrora conquistado aos mouros pelo rei Afonso Henriques. Mais tarde, em 1190, eles o conquistaram de volta. Mas, no ano de 1226, D. Sancho II concedeu ao povoado um dos primeiros forais reais do Alentejo. Seguiu-se a reconquista definitiva do castelo de Marvão, três anos depois, em 1229.
Após algumas ampliações e reconstruções militares, a fortificação ganhou grande importância nas futuras guerras com os castelhanos e, posteriormente, com os espanhóis. Destas reconstruções, os destaques são o donjon e o novo conjunto de paredes. O castelo do Marvão teve outras modificações e ampliações realizadas nos séculos XVI, XVII e XVIII. Hoje, é considerado um monumento nacional medieval em Portugal.
Por todas estas razões, não podemos faltar quando visitamos o Alentejo.
A aldeia de Marvão e o território que a rodeia, nomeadamente as montanhas escarpadas a que se apega, são de uma beleza quase primitiva. Desde os primeiros tempos, estas montanhas foram utilizadas como refúgio ou como ponto estratégico militar, desde o período romano.
Os vestígios históricos mais antigos datam do Paleolítico e do Neolítico e estão expostos no Museu Municipal. Aqui, podemos ver vários menires, antas e uma fonte romana, comprovando a resistência ao passar dos tempos, o que nem sempre foi fácil.
Por se situar mais acima na Serra de S. Mamede, a aldeia de Marvão não tem os acessos mais fáceis. Isso representava uma grande vantagem no passado, pois a proteção natural atuava contra os inimigos. Razões defensivas estavam, é claro, na raiz de seu nascimento.
Marvão foi a única fortificação portuguesa com finalidade estratégica até ao século XIX. Fez parte da primeira linha defensiva do território e ainda é o mais rico em patrimônio histórico e militar. Aqui, as pessoas lutaram e ganharam batalhas, bem como lutas políticas contra seus oponentes externos.
Patrimônio e monumentos
A sul da encosta do Castelo do Marvão, no centro do Parque Natural da Serra de S. Mamede, avistam-se as ruínas da cidade romana de Ammaia. Os construtores levaram muitas pedras das ruínas para a construção dos muros de Marvão e outras edificações. Velhas e abandonadas, acima do solo, apenas algumas paredes foram deixadas de pé porque seus materiais não eram importantes.
A lenda diz que a sujeira engoliu Ammaia após um terremoto. Mas esta é apenas uma das muitas histórias contadas para justificar o desaparecimento da cidade. De qualquer forma, o que resta dela, as ruínas e o museu, merecem a nossa visita. Depois de estudadas e identificadas, estas ruínas foram consideradas Monumento Nacional em 1949. Mais um motivo para visitar o Marvão.
O Castelo
No Castelo do Marvão, as muralhas dos séculos XIII e XVII protegem a aldeia e envolvem as casas no seu interior. Elevada ao alto, ela se mostra a todos com suas ruas estreitas e sinuosas. E casas pintadas de branco, ao estilo alentejano.
As muralhas do Marvão são um monumento que não esqueceremos pela sua grandeza, mas a aldeia não se resume a elas. Marvão é também história na Igreja Matriz do século XV e na antiga Igreja de Santa Maria (igrejas). Hoje, o último tornou-se o já referido Museu Municipal, que pode visitar para admirar as colecções etnológicas e arqueológicas locais, bem como os vestígios de milhares de anos de pessoas que aqui viveram.
Também há história para além das muralhas defensivas, na Igreja do Espírito Santo e no Convento de Nossa Senhora da Estrela. Este último edifício tem o nome do padroeiro de Marvão, considerado milagreiro e protetor. As populares festas anuais da aldeia, conhecidas em toda a região, são dedicadas a ela.
Dentro das muralhas
A Igreja do Espírito Santo tem fachada e portal renascentistas. Na abertura, uma imagem em pedra da Virgem Mãe. No interior, encontramos apenas uma nave, com púlpito e altar em talha.
Outras igrejas aguardam nossa visita. Entre eles, a Igreja de São Tiago, sede paroquial do século XIV em estilo gótico. A simplicidade do portal é finalizada por uma cruz da Ordem de Malta . No interior, podemos observar três naves, onde o retábulo da capela-mor substituiu o antigo retábulo de talha dourada.
Indo além
Além disso, a diversidade geológica da região (granito, calcário, quartzito, xisto,…) em harmonia com a altitude e o relevo acidentado, facilita o crescimento de uma flora rica e diversificada.
Marvão representa verdadeiramente a história. Uma visita a esta linda vila nos leva de volta no tempo. Os vestígios históricos são visíveis por toda a parte. O tempo todo.